Ariadne Salvador
Deborah Rocha
Elaine Lima
Jefferson Francisco
Luana dos Anjos
Thaís Queiroz
Esta análise se dá em virtude ao tema ostentação em pet shops, com o intuito de
analisar quando o cuidado com o animal de estimação deixa de ser algo necessário para
se tornar algo fútil e exibicionista.
A atividade proposta tem como objetivo estudar a ostentação em pet shops,
baseada em teorias do filósofo Max Weber, relacionando seu estudo do capitalismo e do
chamado processo de racionalização e desencantamento do mundo.
Serão desenvolvidos temas de serviços feitos em animais de estimação, que
passam dos cuidados obrigatórios, como vacinação, tosa e banho, para um mundo de
serviços e adereços que são utilizados em pessoas, se tornando até um processo de
humanização, como chamam os veterinários.
À frente serão mostradas informações sobre esse novo hit, pet ostentação, que
invadiu o Brasil, contendo uma série de informações a respeito dos benefícios e
malefícios que um dono pode trazer para seu pet, como também orientar de forma
acadêmica o ponto de vista filosófico de Max Weber, sobre o tema proposto.
Utilizou-se como metodologia a pesquisa sobre os estudos de Weber focado na
ação social e as normas da ABN, tendo em seu universo os animais e as pessoas que
gastam excessivamente com eles.
A ação é definida por Weber como toda conduta humana (ato, omissão,
permissão) dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e que
orienta essa ação. Quando tal orientação tem em vista a ação - passada, presente ou
futura - de outro ou de outros agentes que podem ser
“individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos
indeterminados e completamente desconhecidos” - o público, a audiência de
um programa, a família do agente etc. - a ação passa a ser definida como
social.
Os excessivos gastos com os animais podem ser explicados como ação social,
pois as pessoas formulam suas ações com a preocupação sobre o que os outros irão
pensar sobre isso. Um grande nicho de mercado nasceu por conta disso, muitas
pessoas gastam dinheiro levando os seus cachorros nos Salão de beleza caninos, para
que os cães recebam tratamentos como; hidratação nos pelos, “escova” e manicures.
Não há benefícios na saúde do cachorro com esses tratamentos, mas, no entanto, os
donos podem exibir os seus cachorros que estão vestidos com joias ou roupas caras,
para todos.
Para compreender uma ação através do método científico, o sociólogo
trabalha então com uma elaboração limite, essencial para o estudo
sociológico, que chama de tipos puros ou ideais, vazios de realidade
concreta ou estranhos ao mundo, ou seja: abstratos, conceituais.
A ostentação torna-se melhor entendível quando se utiliza da compreensão de
ação social em suas divisões sendo ela, abstrata ou conceitual. O ato de ostentar é
uma forma de fazer parte de um grupo, no qual o dinheiro rege este sistema. Em
relação ao pet shop e seus usuários que gastam muito dinheiro em tratamentos para
os cães e enfeites, o cão torna-se o objeto de exibição e o ato de ostentar ganha mais
um elemento. Os donos desses cães sentem orgulho ao exibi-los para a sociedade,
porque muitos apresentam nos seus cachorros, uma extensão dos seus desejos
estéticos, como é o caso das pessoas que vestem os cães com joias caras,
combinando com as suas.
A conduta pode também não ter qualquer motivação racional, como é o caso
daquelas de tipo afetivo e de tipo tradicional. Diz-se que o sujeito age de
modo afetivo quando sua ação é inspirada em suas emoções imediatas -
vingança, desespero, admiração, orgulho, medo, inveja, entusiasmo, desejo,
compaixão, gosto estético ou alimentar etc.
A ação social é dotada de sentido, e o sentido que foi observado é o afetivo. A
ação social racional com relação a fins ou a valores, não se encaixa neste contexto
pois necessariamente o indivíduo toma suas ações a partir de uma explicação ou
comprovação cientifica, econômica ou de uma pessoa altamente confiável. O que não
se encontra na ostentação com os animais, pois não tem nenhum estudo comprovado
que levar os animais para salões de beleza ou enche-los de adereços apresenta algum
ganho positivo na saúde do animal. Não é uma ação tradicional, pois este costume
não é passado de pai para filho ou é arraigado na sociedade. A ostentação com os
animais é um fenômeno novo que vem ganhando mais espaço e uma grande adesão.
Considerando o tema ostentação, direcionamos o foco do nosso trabalho para a
relação do dono e o seu animal de estimação observado como um objeto para agregar
valor a sua condição no meio da sociedade. Relacionado à reflexão de Weber, a
sociedade pode ser entendida a partir do conjunto de ações individuais. No caso de
todo tipo de ação que o indivíduo faz, orientado pela ação de outros.
Os consumidores de produtos para animais domésticos possuem uma tendência
de modo geral de investirem cada vez mais no supérfluo do que somente nas suas
necessidades básicas atualmente.
Pode parecer uma forma de lidar com os animais um pouco diferente, porém os
sapatos, chapéus, roupas, joias ou coleiras de couro para deixar os bichanos cada vez
mais estilosos, para as outras pessoas é algo ridículo, vaidade ou exagero do dono.
Porém ter um animal de raça nobre e bem valorizada é como transmitir a sensação de
poder e disputar status.
A questão da ação afetiva e sentimental ultrapassa a racionalidade individual,
investir no luxo em demasia e o total exibicionismo para com os animais é a
reafirmação de uma conquista própria para alcançar na sociedade prestígio e
admiração.
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